quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dia de visita na casa de Iemanjá

Foto: Praia do Camburi

Umidade relativa do ar quase abaixo de 10%, clima extremamente seco, previsão de chuva só nos extremos do Brasil. Com esse cenário de inverno super favorável eu só pensava em uma coisa: água.

Água pra beber, pra se molhar, pra embalar uma boa diversão. Tive a ideia que é uma das que me prende em Campinas: arrumar as coisas e descer para o litoral. Em Campo Grande esse tipo de pensamento só existe se você se planejar para o fim do ano, Réveillon, data especial.

O local escolhido (pela Grace) foi Camburí, praia de São Sebastião, do lado de Maresias e Toque- Toque, reduto de surfistas. Com tanto blábláblá sobre vida sustentável, saudável e equilibrada, nada como uns momentos em lugares como esse, cheio de gente “saúde”. É como se eu pudesse pagar ali minha cota de “sou da natureza”.

Em São Sebastião a Mata Atlântica ainda é muito presente. Isso reserva boas visões e inspirações. O mar tem uma água transparente e você pode ver os peixes por ali, dividindo espaço para nadar junto com você.

No primeiro dia o tempo não colaborou e só caiu no mar quem realmente tava ali para desafiá-lo. Adivinhem! Sim, eles, os surfistas, divididos entre os paulistanos e paulistas que descem a serra e os locais, que sempre mandam muito bem, desde pequenos.

Da areia, os expectadores aproveitavam para ler um livro, tomar uma cervejinha, comer um petisco ali, outro acolá. A tarde caiu, o pôr do sol nem teve tanta graça e a noite só me convenceu de que uma pequena revistaria em Camburí DEVE se reformar e ser um CAFÉ, que tem tudo para virar hit, bombar, virar tendência! Aliás, dono (a) desta revistaria, parabéns pelos títulos escolhidos. Grande parte dos livros são da Companhia de Bolso, sendo que alguns eu não encontrei nem na Livraria Cultura. Show.

Restou-nos dormir e seguir a rotina dos surfistas no dia seguinte: acordar cedo, tomar um café da manhã reforçado e cair no mar cedinho, às 8h. Na boa? Quero sempre fazer isso. A maré mais baixa (geralmente isso acontece na parte da manhã) abriu uns caminhos bem legais e deu até para fazer uma pré-escalada e chegar no alto de uma pedra linda, cheia de energia, barulho de onda quebrando, som alto, ecoa.

E dá-lhe a gurizada no surf, caindo, levantando, tomando caldo, fazendo bonito. “Deixar o sol me beijar”, diz a Céu em uma música, e foi isso que fiz. Foi chegando o fim de tarde e a hora de voltar para o noroeste paulista.

Nem preciso dizer algo sobre os congestionamentos da volta, né!? Aliás, tenho alguns recados úteis para vocês:

Garotas solteiras: não marquem... Os caras do surf curtem ondas, waves, back doors, back sides, back washes, drops, floaters e não encher a cara na balada para se arrebentarem na manhã seguinte. Se querem conhecer esses gatinhos vistam a camisa do saudável que sempre cola.

Consumistas: vestidos, batas e objetos de decoração praianos só ficam bonitos na praia, varanda, quintal ou área do jardim. Na vida normal, urbana e cosmopolita vira artigo de neo-maculelê.

Trânsito: se em um fim de semana básico a gente levou 4h30 de São Sebastião a Sampa, imaginem nos próximos feriados!!! Revejam as datas de chegada e saída, galera, para não gastar todo alto astral conquistado na praia.