terça-feira, 29 de novembro de 2011

Exercicio e eu - uma DR pública.


Sacal. Não pode ter uma chuvinha que eu me convenço fácil de que academia não é o melhor lugar para estar. Por mais que eu canse de tanto ver notícia reafirmando que fazer exercícios pode me fazer durar 10 anos mais, a minha mente não se convence. Há períodos que eu vou quase que com freqüência, algo de dois três dias da semana. Considero muito, mas já disseram (sempre os especialistas) que o ideal são cinco dias. CINCO DIAS. A semana tem sete – eu acho que estou fazendo muito. Já ficou claro que não combinamos.

Temos, eu e o exercício, uma visão de vida antagônica. Enquanto ele quer atenção, eu quero dispersão, e justifico. Todo mundo sabe e vive isso: trabalho tem que render, se não dá errado. Para render, pensamento, ação, debate, almoço, volta para mesa, telefona, atende, relata, comprova, aprova, se informa, volta para a casa, quase sucumbindo a uma vontade enorme de comer e parar. Aí o exercício vem e te enche – vai arregar? Que fraqueza, hein? Reclama que tá engordando mas para se ajudar não faz nada, poxa. Cala essa boca, exercício. Eu te pergunto só quando tiver afim.

Já cai nesse papo. Ia sem vontade e quando chegava lá o ritmo por si so dominava a situação. Só que quase dois anos nessa enjooa. Correr é legal, tanto que pago para fazer esteira. Os ferrinhos eu não tenho muita empatia. "Pati, o que importa é o resultado!", diz minha professora fofa. Eu concordo com ela, mesmo faltando por um par de dias. Perdi o ritmo, prófes.

Hoje eu venci. A chuva deu uma colaborada, vai. Mas estou aqui, escrevendo, olha que delícia... Isso não vai me deixar com corpo definido, não... não vai. Só que eu prefiro falar comigo mesma, que é mais divertido, sem tempo cronometrado, sem cansaço provocando suor, respiração ofegante, aquela esteira mala, o colchonete que eu passo alcool ju-ran-do que ele vai ficar mais limpo (e só me assusto reconhecendo que ELE NUNCA FOI LIMPO).

Pausa: a chuva ficou mais forte. Me sinto absolutamente mais leve. Podemos prosseguir.

Entende? É preguiçoso? É, e muito. Só que eu convivo bem com a troca. Mas vocês pensam que o exercício se deixa abater fácil? Se ele pega birra de você te faz chorar!!! Ter sincope por não querer vê-lo todo dia, se sentindo a pessoa mais sem vaidade do mundo. Eu disse mun-do! É isso mesmo... tudo bullying, gente. Não se deixe levar! Só sai com exercício quem tá afim, que tem essa coisa de dedicar um tempo bacana, agradável para ele. Por exemplo sábado. Sábado é um dia maravilhoso para encontrar o exercício. De manhã, pode ser até com frio, mas é mais interessante. Agora você tenta começar numa terça às 19h30.... fica difícil para muita gente.

Verão tá aí... Ainda que aqui em Campinas a primavera tá que num larga do inverninho...Mas uma hora o sol vai chegar comandando tudo. Praia, piscina, biquíni... sacal. Ah, vou pegar leve na janta hoje. No carboidratos, né? Tão tá... Amanhã se fizer um sol eu vou. Sem pressão por resultado.


domingo, 20 de março de 2011

Social Virtual Life: Por que tanto barulho se não faz sentido?

Faltava um tema que me colocasse de novo em frente ao notebook e me fizesse escrever sobre ele. Num papo com minha amiga incomparável Grace surgiu um tema: a nossa 3ª vida, a vida social online. Sob o ponto de vista de Grace, esta é uma forma moderna de se perder um pouco de tempo, e ela tem certa razão nisso. Pense: além da sua vida pessoal, você tem a profissional, que exige de você, em média, 40 horas semanais, restando 128 horas na sua semana. Retire desse tempo as horas gastas para dormir: 50 horas, para alguém não tão dorminhoco nem que sofra de insônia. As 78 horas que restam vão se dispersar entre trajetos diários, algum esporte, higiene pessoal, compras, um pouco de cultura e pronto.

Pronto não para todo mundo. Dessas poucas horas que nos restam semanalmente, vamos gastar um pouco delas (às vezes 50%) na internet, desdobrada em redes sociais e canais de comunicação online. Em alguns casos, a vida social online é quase que um peso da opção de vida que se tem, seja por trabalho ou pela distância das pessoas com quem você gosta de conviver. Mas isso não se aplica a maioria.

Arrisco dizer que o tempo consumido nas redes é a forma mais prática de reafirmar quem você é perante a sociedade. Não estando na balada ou no cinema, eu posso dizer o que gosto de ouvir e ver no meu Facebook, sem precisar necessariamente estar ao lado de quem está sendo informado sobre meus gostos. É um estar sem presença. E se eu estou presente, isso não é encarado como uma perda de tempo.

Mas quem se contenta em estar apenas presente na internet? Assim como a interatividade dos sites, a figura presente na mídia social precisa interagir com seus seguidores. Ninguém gosta de um site estático, parado. Cansa e desanima. Postar filmes, músicas, opiniões, curtir e retuittar, baixar, uploudar, colar e recortar, gerar discussões, expor suas opiniões. Quem entra numa rede social só para “ficar acompanhando o movimento” é como uma planta numa sala. Quanto mais você interagir e oferecer diversão aos seus colegas online, mais popular você será. E no fim tudo se convergiu em estar em evidência.

Há essa dinâmica no seu perfil online, não é? É aí que entra o perder tempo. Para ser interativo e oferecer graça na sua página, você vai ter que dedicar um tempinho para procurar temas interessantes (e não só para você, sempre tente pensar como um todo, ok?). Acrescente aí o timing que combina muito bem com a agilidade da internet. Quase sempre se pede desculpa quando o assunto comentado já passou há alguns dias, às vezes horas. Pode reparar.

Percebe que o sempre conectado usuário acaba virando refém de uma angústia da informação?! Para ser alguém na terceira via, eu preciso de tempo – e um pouco de conteúdo- como nas outras demais vidas (social e profissional). Contraditoriamente, mais tempo online é menos tempo na vida real. E tudo bem! Eu conheço pessoas que preferem o meio virtual porque ele tem recursos que te permite apagar quem não é desejável. É só bloquear o bate papo ou não seguir o beltrano (a).

Com essa exigência de estar online e presente na maior parte do tempo, surge o besteirol virtual. Para grande parte dos logados, o que se reflete nas redes sociais é apenas a extensão, mais discutida e elaborada, do que se é nas vidas mais costumeiras. Só que sempre esse meu raciocínio é questionado quando vejo alguns comportamentos mais exagerados (e que mostram o dilema que obriga os logados a serem atraentes nas redes sociais).

Sempre postar coisas legais e fotos lindas é um saco e uma grande mentira. Ninguém é sempre 100% bem arrumado, muito inteligente ou viajado. Os perfis online tentam sempre ser melhores do que a verdade e isso é aceitável porque a tecnologia te permite destacar qualidade e esconder defeitos. Num movimento quase que orgânico a personalidade real se descola da virtual. Grandes figuras online são verdadeiras decepções ao vivo.

Talvez quando a minha amiga Grace disse “perda de tempo” ela possa ter se referido a isso. A presença full time online acaba criando uma bolha em volta de cada perfil social do Facebook, Twitter, Orkut e o raio que o parta. Criar uma identidade online perfeita, interativa e atraente custa tempo, ô se custa. E ainda assim, com um perfil lindo, ainda nos sentiremos muito inseguros pessoalmente, face to face. Cadê a coerência? Ela não existe ou simplesmente não é requerida no mundo virtual.

A plataforma social virtual é um gigante e internacional baile de carnaval, onde cada um escolhe sua fantasia para brincar nessa festa que são as redes sociais. Quem tiver mais tempo para isso, consequentemente vai brincar mais. Destacarão-se também as fantasias mais bonitas e carregadas de brilho. Mas essa brincadeira quase sempre será extendida apenas virtualmente.


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